sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Eu


Eu não sou o vento, não sou o ar em movimento. Sou a fusão do vento e do metal, sou o som que ecoa do mensageiro dos ventos quando a chuva se aproxima, quando a noite precipita. Sou a fusão, sempre a fusão. Hoje irrequieta, porque incompleta em um de meus elementos. Sem o vento, não há tilinte. Sem metal, há tato. Sem meu complemento, não há o que chamo de eu. Há pedaços de mim, num universo restrito (e) particular. Clamo a completude. Exijo completude. Isso, minha natureza não há de negar. Vinde a mim, pois, sonhos, átomos, seres, sentimentos, ações, intenções, lirismo e rebeldia. Faz me mim a mesma e conhecida poesia que na boca de todos passeia. Que tudo alegra e transforma. Faz de mim o pão da alma. E serve, deste mesmo pão, natureza divina, a meu elemento rei, que não tarda a me encontrar.