segunda-feira, 14 de abril de 2008

Nós que escrevemos para pirraçar a morte


Nos que escrevemos para pirraçar a morte
Escrevemos a noite.
De dia andamos..
Esses caminhos para os quais nos atrai a luz
Descrevemos suas ausências a noite.
São sorrisos que não vimos
Cheiros, carmins, texturas de areia escura
São tantas coisas que faltam ao dia.
Percebi um dia – no futuro:
Que nós que escrevemos a noite para pirraçar a morte
E que de dia andamos – estamos impregnados
De recolhimentos e crenças.
A morte tinha plantado cada ausência ao longo do caminho diurno.
Descobri que não fazia parte
Embora fosse parte.
Desatinei e pari a mim mesmo um ausente
E escrevi de dia enquanto caminhava descrevendo brisas
E escrevi a noite enquanto sonhava.

Um comentário:

Edson Gonçalves disse...

Adorei a foto. O texto também.